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O curitibano Bruno Joaquim, de 31 anos, venceu a segunda edição do Itaipu Ironman 70.3 Brasil Paraguay, neste sábado (27), com o tempo de 4 horas e 7 minutos cravados, estabelecendo um novo recorde para a etapa. A única etapa binacional do Circuito Mundial Ironman foi disputada por 530 atletas, de 18 nacionalidades. Pelo segundo ano consecutivo, os 1,9 km de natação, 90,1 km de ciclismo e 21,1 km de corrida foram percorridos totalmente dentro da usina de Itaipu. A largada aconteceu na margem paraguaia, em Hernandárias, e a chegada, no lado brasileiro, em Foz do Iguaçu. Cerca de 2 mil pessoas assistiram à prova.
A marca de Joaquim foi melhor que a do vencedor da primeira edição, em 2015, quando o potiguar Cid Florêncio Barbosa chegou em primeiro com o tempo de 4 horas, 22 minutos e 49 segundos.
“Foi uma prova muito dura, principalmente na parte da corrida, pois estava muito quente”, ressaltou Joaquim, para quem o calor – de mais de 30º – foi o maior obstáculo. A vitória na Itaipu foi a primeira do curitibano em uma etapa do circuito. Foi também a sua estreia na binacional, para onde pretende voltar. “A prova foi muito bem organizada e os atletas tiveram grande apoio da torcida. Quero competir aqui novamente”, afirmou.
O cenário foi inspirador: foi a primeira vez que os atletas disputaram a prova com o vertedouro aberto. Pela manhã, a vazão era de 1.400 metros cúbicos de água por segundo – o equivalente à vazão média das Cataratas do Iguaçu.
O pódio foi completado por Marcos Farias, que cruzou a linha de chegada no segundo lugar com o tempo de 4 horas, 11 minutos e 53 segundos, e Thiago Menuci, com 4 horas, 14 minutos e 11 segundos. No feminino, a santista Rosecler Costa completou o desafio em 4 horas, 41 minutos e 1 segundo. Na sequência, Maria Cecília Carvalho concluiu com o tempo de 4 horas, 43 minutos e 31 segundos. Na terceira posição ficou Claudia Dumont, com 4 horas, 46 minutos e 57 segundos.
Acompanharam o evento o diretor-geral paraguaio da Itaipu, James Spalding; o diretor administrativo executivo, Carlos Paris; o diretor de Coordenação executivo, Pedro Domaniczky Lanik; o conselheiro paraguaio Osvaldo Roman; o superintendente de Comunicação Social da margem brasileira, Gilmar Piolla; e a assessora de Comunicação Social da margem paraguaia, Teresa Narvaja.
Spalding elogiou a estrutura da prova e a oportunidade de mais uma vez receber uma edição binacional do circuito. Segundo o diretor, o clima ajudou, já que fez bastante sol, e o público compareceu. “Estamos muito contentes em apoiar esse e outros eventos desse porte, que possam ajudar a alavancar o turismo de toda a nossa região.”
Consolidada, prova na Itaipu tende a crescer
A Itaipu passou a integrar as etapas brasileiras do Circuito Mundial Ironman em 2014, quando o evento chegou a Foz do Iguaçu. Naquele ano, no entanto, a largada aconteceu no Iate Clube Lago de Itaipu (Icli) e apenas parte do percurso foi percorrida dentro da usina – um trecho do ciclismo e toda a corrida. Foi o que bastou para cair no gosto dos atletas, público e organizadores.
Em 2015, pela primeira vez toda a prova foi disputada dentro da hidrelétrica, com a empresa assumindo o patrocínio máster e o nome oficial da etapa: Itaipu Ironman 70.3 Brasil Paraguay. É a única prova binacional do circuito, com largada em um país (Paraguai) e chegada em outro (Brasil). O evento já se consolidou no calendário do triatlo sul-americano e, em 2016, apresentou uma nova categoria: revezamento.
A etapa deve continuar atraindo triatletas de vários países. “Estamos firmando o compromisso de promover a prova até 2020”, afirmou Piolla. A expectativa é que o número de competidores e de público aumente. Para isso, Itaipu e a Unlimited Sports, empresa que organiza o Ironman no Brasil, atuam principalmente em duas frentes.
“Vamos trabalhar em conjunto com agentes de viagem e organizadores da prova para promover pacotes com inscrição, passagens aéreas, hospedagem, alimentação e transfer. Também estamos estudando a possibilidade de abrir a prova para atletas profissionais, o que deve atrair mais competidores, do mundo inteiro”, ressaltou.
De acordo com Piolla, atrativos não faltam. “No Circuito Mundial Ironman, a Itaipu é um dos locais com maior aprovação entre os atletas, pois além da boa organização e do belo visual, tem algo que os atletas gostam: é desafiadora, com diferentes graus de dificuldade, que levam os atletas ao limite.”
Para Carlos Galvão, da Unlimited Sports, o balanço até aqui é muito positivo. “Não temos dúvidas de que estamos no caminho certo e de que temos condições de crescer, colocando na Itaipu atletas de mais de 30 países. Essa é a nossa missão.”
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Inclusão e equidade
Há dez anos, um acidente carro tirou o movimento das pernas do campeão sul-americano de escalada, Diogo Ratacheski. O amor pelo esporte, no entanto, permaneceu intocado e agora demonstrado com ainda mais eloquência e determinação. Aos 34 anos, o geólogo curitibano tornou-se o primeiro cadeirante a participar de uma edição do Itaipu Ironman 70.3 Brasil Paraguay. Para concluir sua primeira prova no Circuito Ironman, passou meses treinando quatro horas por dia, conciliando uma dura rotina de estudo e trabalho à preparação para a prova.
A escolha da etapa na usina binacional para a estreia não foi por acaso. A segurança do circuito fechado e a boa qualidade do asfalto pesaram na decisão, mas o que mais motivou foi a junção de duas vontades, uma comum a todos os atletas participantes – testar os próprios limites – e outra singular – inspirar outros cadeirantes a também participar. “Além de terminar a prova, o que seria uma grande realização, meu grande objetivo é servir de exemplo para outros da minha categoria.”
Ratacheski teve pela frente o mesmo percurso dos demais triatletas. Nadou ao lado da esposa, Alexandra, que lhe deu suporte na água, o que o regulamento permite na sua categoria. Em sua bicicleta adaptada, pedalou com as mãos. A bordo da sua cadeira de rodas, enfrentou, ainda, o desafio de subidas sob o sol quente da fronteira e a troca de um pneu furado. Terminou a prova com o tempo de 6 horas, 59 minutos e 22 segundos.
Com 450 homens, 80 mulheres e um cadeirante, esta foi a mais inclusiva das etapas do Itaipu Ironman.
Time Itaipu
Além de receber e patrocinar o evento, a Itaipu também foi representada na prova. Vinte atletas, 15 deles empregados da binacional da margem brasileira, quatro da margem paraguaia e um do Parque Tecnológico Itaipu (PTI) formaram o Time Itaipu. Na primeira edição, em 2014 (quando a prova ainda não era binacional e apenas parte do percurso acontecia dentro da usina), foram apenas dois competidores. Em 2015, foram sete. Agora, a participação da “casa” mais que dobrou.
Equipes
Novidade da edição deste ano do Itaipu Ironman 70.3 Brasil Paraguay, a categoria revezamento permitiu que equipes formadas por dois ou três atletas disputassem a prova. Até então, a participação era apenas individual. A nova categoria facilitou e ampliou a participação de atletas das três modalidades (natação, ciclismo e corrida), uma vez que permitiu que se optasse por sua especialidade. No fim de cada percurso, os atletas revezaram a tornozeleira com chip. Nas equipes de dois competidores, um deles teve que cumprir o percurso de duas modalidades.
Categoria faixa etária
Neste domingo (28), às 10h30, no Centro de Recepção de Visitantes da Itaipu (CRV), será feita a premiação por faixa etária. Os 40 atletas mais bem colocados terão o direito de participar do Mundial (Ironman 70.3 World Championship), que acontecerá na cidade de Chattanooga, no Tennessee, Estados Unidos, em 2017.
Outras etapas
Cinco provas estão no calendário anual do Ironman no Brasil. Além da etapa de Itaipu, Palmas (TO), Florianópolis (SC), Rio de Janeiro (RJ) e Fortaleza (CE) também recebem a competição. A organização é da Unlimited Sports e a realização, da Associação Brasileira Esportiva Social e Cultural Endurance (ABEE).
(Itaipu Binacional – Fotos: Nilton rolin, A. Zanella, Caio Coronel )