A Itaipu Binacional quer duplicar, nos próximos três anos, a sua atuação em benefício da produção orgânica e sustentável da região Oeste do Paraná. Atualmente, 1.600 produtores são conveniados ao Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável da Itaipu, que incentiva agricultores a converterem as propriedades para a produção orgânica com base agroecológica, sem a utilização de adubos químicos ou pesticidas. O objetivo é chegar a mais de três mil famílias.
A meta foi anunciada pelo diretor de Coordenação da empresa, o engenheiro agrônomo Newton Luiz Kaminski, nesta terça-feira (6), durante o lançamento do livro “Sistema de produção orgânica da soja”. A publicação tem apoio da binacional. O evento ocorreu na Vitrine Tecnológica de Agroecologia, instalada no Show Rural Coopavel 2018, em Cascavel.
“Desde 2011, a Itaipu mantém convênios com institutos de pesquisa para fortalecer a agricultura orgânica”, afirmou Kaminski. “Agora, queremos consolidar as pesquisas e o desenvolvimento de instituições voltadas à produção orgânica.”
Segundo o diretor, a Itaipu tem uma forte preocupação com a agricultura orgânica e levou ao Show Rural a sua experiência no assunto. Há 15 anos, a empresa tem participação atuante na Vitrine Tecnológica de Agroecologia e, agora, ela foi a financiadora do livro sobre a produção da soja orgânica.
A primeira tiragem do material, lançado nesta terça-feira, foi de mil impressões. O lote inicial será destinado aos agricultores e profissionais de campo da região. O objetivo é manter a publicação constantemente atualizada com as novas pesquisas sobre a produção da soja orgânica no Oeste do Paraná.
O livro é coordenado pelo pesquisador Sérgio Mazaro, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Dois Vizinhos, e pelos agrônomos Marcio Challiol, Aljian Alban e Ivan Zorzzi. A publicação se baseia nos levantamentos de pesquisadores e extensionistas de diferentes instituições públicas e privadas.
“Atualmente, as pesquisas se voltam todas para a produção convencional da soja, por isso, este livro é de grande valia, porque ele foi escrito com uma linguagem acessível e de grande aplicação no campo”, resumiu o gerente agrícola da Gebana Brasil, Márcio Challiol, um dos autores do livro.
Espaço para o orgânico
Hoje, o Brasil tem cerca de 32 milhões de hectares de soja convencional, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), restando pouco espaço para a produção orgânica. Para Challiol, apesar deste cenário, é perfeitamente possível fazer a produção em larga escala de forma orgânica. “Nós já trabalhamos com produtores de dois a 600 hectares. As propriedades maiores demandam maior planejamento e um manejo da lavoura para que se consiga fazer a produção de forma orgânica. Mas a produção não fica atrás do que é produzido no modo convencional.”
De acordo com ele, durante as pesquisas, as propriedades rurais conseguiram atingir a produção de 70 sacos por hectare, considerada bastante elevada. “O agricultor vai ter que abrir mão do investimento mínimo e fazer um constante monitoramento de sua produção, utilizando as técnicas orgânicas, como ciclagem de nutrientes, rotação de cultura, cobertura vegetal e utilizando adubos orgânicos”, concluiu.
(Itaipu Binacional)